domingo, 25 de novembro de 2012

A lua estava lá, daquele mesmo jeitinho. Brilhando. Iluminando. Era inverno e uma grande nevasca caía sobre os telhados. Éramos pequenos e esperávamos ansiosos pelo dia em que nosso bom velhinho chegaria e rodearia a lareira de casa com presentes, enfeitados com aqueles enormes laços vermelhos. Eu e meus dois irmãos ganhávamos presentes de toda a família e assim o jantar de natal se tornara perfeito. Todos reunidos sentados a mesa, aquela família imensa, não faltava ninguém! E Eu ficava imaginando todos os anos quando era época de natal, a fábrica de brinquedos do papai noel. Imaginava todos aqueles duendes trabalhando incansavelmente para não atrasar a entrega dos presentes em seus respectivos endereços. Tenho certeza que era uma fábrica gigante! E obviamente tinha um armário com inúmeras gavetas separadas por ordem alfabética cada nome, cada endereço para que não houvesse confusões... E eu imaginava, criava e alimentava todos esses sonhos da noite de natal, era tudo perfeito... Mas como todo mundo na vida sabe, o tempo passa, o tempo traz a amargura e a desilusão, e aqueles dias em que papai noel descia minha chaminé e me alegrava com os prazeres da infância, acabara. Quais crianças ainda acreditam que o bom velhinho existe? Nenhuma. Toda essa magia que me fazia perder horas sonhando, hoje não existe em sequer um minuto. Um simples "me dá" já basta para o pai entender a criança e não precisar perder seu tempo contando histórias que não existem. Tentei, juro que tentei criar esse sonho cheio de luzes e magia na cabecinha de meu filho, mas o que ele achara, ahh... nem queria saber! Recebi apenas um "Você é brega pai! isso não existe!" Toda a ternura da noite de natal virou apenas sinônimo de comida e presentes entre um pai, uma mãe e um filho. Apenas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário